sexta-feira, 16 de outubro de 2009

13- Laboratório caça micróbio candidato a ET


Artemia Salina, crustáceo cujos ovos resistem a ambientes
extremamente secos, fará parte do experimentopara Et's
No dia 05/08/2009 Rafael Garcia publicou um enviado especial da folha de São paulo ao Rio no site da folha online. Nessa publicação continha uma informação que pode assustar muitas pessoas e deslumbrar outras, acho que em nós causou a segunda impresão, por esse motivo viemos correndo dividir isso com vocês!!

Laboratório caça micróbio candidato a ET

Um novo laboratório a ser construído em Valinhos, no interior paulista, será o primeiro do país a testar indivíduos para verificar se são capazes de suportar viagens espaciais. O segundo astronauta brasileiro, porém, não será um humano, e sim um microrganismo.

Como ainda não foi encontrado nenhum planeta similar à Terra no Universo, o que o novo projeto tentará descobrir é quais organismos poderiam viver em luas e planetas já conhecidos. Um dos idealizadores do laboratório é Eduardo Janot Pacheco, professor do Instituto Astronômico e Geofísico da USP.

Segundo ele, a idéia é construir uma câmara de simulação de ambientes extremos para avaliar a vulnerabilidade de alguns seres vivos a altas temperaturas, radiação e situações ás quais a maioria dos organismos não sobrevive.

O dinheiro para o projeto, em tese, já existe. Deverá sair do Inespaço, um dos novos INCT's (Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia) criados pelo governo federal, que possui verba prevista de R$ 7 milhoes para um período de três anos. Valinhos foi escolhida porque a USP já mantém um observatório lá. O novo laboratório deve aproveitar a infraestrutura.

Mas os ciêntistas não precisam esperar a nova câmara para trabalhar. Janot apresenta nesta semana, na Assembléia Geral da IAU (União Astronômica Internacional), no Rio, uma pré-seleção dos candidatos à "panspermia", o espalhamento da vida pelo universo.

Ao extremo

Junto com os biofísicos Ivan Paulino Lima e Cláudia Lage, da UFRJ, ele identificou diversos extremófilos --micróbios resistentes a condições extremas-- que seriam capazes de viver fora da terra.

O que o trio fez foi cruzar dados de inúmeros trabalhos de astronomia e de biologia. Após Janot determinar as estimativas da temperatura média de diversos planetas já conhecidos fora do Sistema Solar (os exoplanetas), os pesquisadores listarem quais deles poderiam abrigar micróbios como a Pyrolobus fumarii, que vive em fendais termais no oceano, suportando até 130°C.

" Não é só que eles sobrevivem a essas condições extremas. Eles gostam de viver assim", diz Janot, que diz querer redefinir aquilo que os astrônomos chamam de "zona habitável". Hoje, essa é a classificação das zonas orbitais que não estão nem tão perto nem tão longe de seus sóis e são capazes de abrigar água líquida.

" Aqui, a água é o solvente onde as reações necessárias à vida acontecem", explica Janot, alertando, porém, que talvez isso não seja uma regra geral. Afinal, existem micróbios capazes de resistir a uma vasta gama de condições inóspitas.

" Já que esses extremófilos sobreviveriam fora da zona habitável clássica, proponho que consideremos importantes também os planetas e luas que estejam na zona habitável desses organismos", diz Janot. Alguns exoplanetas com tamanho similar ao de Netuno têm temperaturas mínimas de 120°C, viáveis para certos extremófilos terrestres.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u605223.shtml